FALANDO DE SENTIMENTOS – CARIDADE

CARIDADE

Por Beatriz Breves

Se a Caridade tem por significado a virtude de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, uma pergunta não poderia deixar de ser feita: de qual Deus está se falando, do que foi conceituado ou daquele que seria reconhecível pelos Homens?

A pergunta surge porque muito mais do que um ente dogmático que foi conceituado como adorado e temido, entendo Deus como um ente que se manifesta como um sentimento, cuja vibração se faz presente não somente na gente, mas em toda e qualquer natureza.

Sem querer faltar o respeito com a crença de cada um, não fica difícil observar que tem aquele Deus que, sendo construído a imagem e semelhança do Homem, é sentido pelas pessoas como preconceituoso, punitivo, capaz de renegar aquele que o contraria, chegando até mesmo, a  condenar, algumas vezes, a arder nos quintos dos infernos.

Entendo que a caridade se agregada a esse conceito de Deus, não significa amor, mas, sim, o temor de provocar Deus e a si mesmo, colocando o próximo no lugar de um expiador de culpas e como garantia de perdão divino e merecimento dos céus.

No entanto, o Deus a que me refiro é sentido como liberto dos valores pessoais, da cobiça humana e cuja a existência é passível de ser reconhecida, melhor dizendo, experimentada, em toda parte, entre o seu mistério e a nossa ignorância.

A caridade nesse caso, não seria nem amar e nem temer a Deus, mas, sim, na interação com o outro, seria o desdobramento do sentimento de Deus que vibra dentro de cada um de nós.

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