falando de sentimentos raiva

Produzido em oficina de ficção coordenada por Irene Moutinho
Tarefa: através de uma história passada em um shopping, descrever uma situação de raiva sem falar de forma explicita o sentimento.

Por Beatriz Breves

Maria Antonieta foi ao shopping comprar um presente para uma amiga que fazia anos naquele dia. A reunião seria às 21 horas e já eram 17 horas, ainda faltava o presente, passar a roupa, ligar para o namorado, enfim, Maria Antonieta estava atrasadíssima.

Ao chegar ao shopping vai para o estacionamento e roda, roda e roda e roda e nada de encontrar vaga.

Começa a ficar ansiosa, pois a hora passava, já se foram 30 minutos, e nenhuma vaga.

Quando finalmente viu uma vaga, um carro se adianta e lhe toma a vaga. Maria Antonieta diz 3 palavrões e continua a procura, quando 55 minutos depois, às 17:55h consegue uma vaga.

Aliviada vai à loja comprar o presente de sua amiga. Era um perfume que ela gostava muito. Se dá conta que estacionou o carro do outro lado do shopping. Andou muito até a loja. Só que no caminho, alguém, também com pressa, lhe dá um esbarrão e a derruba no chão.

Maria Antonieta cai e torce o pé. O causador da queda sai correndo sem nem pedir desculpas. Mas outros lhe ajudam e ela consegue, devagar e sempre, ir caminhando até a loja. Só que já eram 18:00h e o tempo não parava de avançar. Se dirige ao elevador do shopping descobre que o mesmo está quebrado. Andou a toa naquela direção, tinha que voltar o andar inteiro para chegar à escada rolante, com aquele pé doído. Mas por sua amiga assim o faz. Andou, andou, andou até que finalmente chegou à loja. Mas para seu azar a loja havia mudado de box, não estava mais no 4.º piso, mas no 1.º piso, n.º 72, assim o aviso dizia.

Maria Antonieta suspirou fundo e começou o caminho de volta, pois o seu carro estava parado exatamente na saída do 1.º piso em frente ao 76, ou seja, a loja estava bem perto de onde havia passado.

Suspirando fundo novamente pega a escada rolante, seu pé dói, mas sua amiga vale: é uma grande amiga.

Às 19 horas, quando chega à loja finalmente pede o perfume. A vendedora passa o cartão para pagar, qual a surpresa: “Seu cartão está bloqueado!”

Maria Antonieta não tinha cheque e estava com dinheiro apenas para o estacionamento.

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