FALANDO DE SENTIMENTOS – SAUDADE DE MIM

SAUDADE DE MIM

Por Beatriz Breves

Se em minha memória o passado se faz borrão e o presente já não se apresenta tão sólido, o que esperar do futuro a não ser a neblina cinza-escura.

Sinto-me confusa e sofro a dor da minha partida, não pela morte, mas pela consciência de que, dia a dia, estou partindo em vida, desta vida, apesar de continuar viva.

Já não sei mais exatamente quem sou e muito menos onde estou. A saudade de mim, sufoca e, com a angústia do sentimento de que estou me perdendo de mim, no luto de mim mesma, luto a todo instante para me manter pensante.

Tento estar com alguém, participar, conversar, em vão, pois, na maioria das vezes, costumo experimentar a impaciência das pessoas que, por vezes, se mostram irritadas, indiferentes ou até mesmo debochadas. São poucas as que me acolhem.

Como é sofrido experimentar a exclusão. Como é cruel a dor de pouco a pouco estar me perdendo de mim mesma.

A realidade que se impõe é que o abismo da solidão com o seu silêncio oco me espera.

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