DESAPRENDER PARA APRENDER E EVOLUIR

Um novo paradigma, muito mais do que um novo padrão, como é proposto por Baker, é um ponto zero, no qual “tudo se inicia novamente, obrigando o indivíduo a abandonar o seu antigo modelo de conhecimento (…) para começar tudo de novo e, assim, aderir a um novo padrão” (1).

Muitas vezes temos um padrão cultural tão impregnado em nossa subjetividade que nem nos damos conta de que aquela concepção é fruto de algo apreendido.

Durante a história da humanidade somos capazes de detectar diversas destas situações. Por exemplo, “para nós, nascidos no século XX, na cultura ocidental e inseridos em uma concepção de espaço quantitativa e proporcional, fica praticamente impossível imaginar um mundo representado à margem da perspectiva”(2) . Da mesma forma que para alguém que viveu até o Renascimento ficaria praticamente impossível imaginar um mundo sob a ótica quantitativa de espaço.

“Mesmo a tese de Aristóteles para o movimento, que muitos anos depois foi desbancada por Galileu, (…) estava correta se a compreendermos inserida em um outro paradigma de visão de mundo. Até porque um modelo teórico torna-se uma lei quando ele atende ao ser humano em seu momento histórico. E as leis de movimento de Aristóteles, com certeza, atenderam aos seres humanos de sua época. Caso contrário não teriam se sustentado por, aproximadamente, 1800 anos. Nesse sentido, elas nunca foram erradas. Elas só se tornaram equivocadas quando o momento histórico apresentou-se com outra concepção de mundo” (3).

Se imaginarmos um futuro, onde o ser humano possa se teletransportar e realizar viagens intergalácticas, ele estaria inserido em novas concepções de espaço-tempo e movimento. E, neste caso, as leis de Newton, presentes em nosso dia-a-dia, provavelmente, não mais se aplicariam. Portanto, só restaria “à humanidade desaprende-las, para aprender outras leis situadas em outro paradigma de espaço-tempo e movimento” (4).

Portanto, é desaprendendo que o ser humano aprende e evolui com o conhecimento.

Referências Bibliográficas:
(1) Breves, Beatriz. O Homem Além do Homem – uma visão do ser humano a partir da ciência do Sentir. pg. 16. Mauad X. 2001.
(2) Ibid. pg.17.
(3) Ibid. pg.18.
(4) Ibid.
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